domingo, 17 de janeiro de 2021

Homenagem do ESCUTA a Ir. Mona Kelly


Mona Kelly! Nós aqui do Escuta – Espaço Cultural Frei Tito de Alencar, estamos te vendo no Céu, depois dessa tua passagem inserida na Casa Comum e em especial no Planalto do Pici em Fortaleza, onde somos testemunho do teu compromisso em defesa da libertação dos pobres e marginalizados desprovidos dos Direitos Humanos. Você foi guerreira ao reunir pessoas Sem Teto e enfrentar o poder do Estado na defesa pelo direito à moradia. A seu convite Eu Leonardo Sampaio e Lúcia Vasconcelos em 1990 estivemos reunidos com um grupo de pessoas na Igreja da Penha na Bela Vista, onde moravas, para conversarmos sobre a ocupação do terreno da Base Velha dos Americanos, no Bairro Pici. Lá fortalecemos a iniciativa de ocupar, e não tardou logo você pisou naquele chão com uma enxada na mão e fincou na terra, a terra esperada por tantas pessoas para assegurar a casa própria, ali com você estavam pessoas desprotegidas dos poderes constituídos. Sentimos naquele dia que não se tratava de uma estrangeira, mas uma habitante da terra com espírito humanitário e uma fé arraigada do Cristo Libertador, fazendo acontecer sua missão junto aos oprimidos e a construção do Reino de Deus aqui na Terra, o Reino de justiça, igualdade, equidade, amor e fraternidade.

A Mona nessa sua passagem terrestre deu testemunho de compromisso, deixando seu legado a ser seguido, razão pela qual temos a certeza da sua presença na infinidade do Universo junto às divindades sagradas.
A Ela e a sua Congregação nossa gratidão.

Irmã Mona presente, ontem, hoje e sempre!

Coordenação do Escuta 11/01/2021.







terça-feira, 5 de janeiro de 2021

31º Reisado do ESCUTA - Lúcia Vasconcelos fala sobre as mulheres no Reisado - 01.01.21

Sou Lúcia Vasconcelos, faço parte do Reisado do ESCUTA desde o primeiro dia. Começou na Comunidade Frei Tito e se juntou a outras Comunidades, na sua maioria de mulheres. Nesses 30 anos passados de Tiradas de Reis de rua em rua saudando as famílias de casa em casa que nunca deixaram de se manifestar fazendo suas doações. Aqui estou me referindo a primeira geração, com suas saias rodadas, avental vermelho, com lencinhos na cabeça e muito canto e alegria para oferecer. Hoje nem todas continuam, mas não posso deixar de respaldar: D. Ritinha Muniz, D. Livramento, D. Angélica, D. Rita Teixeira, D. Marina, Socorro, Carmosa, Hermínia, que sempre foram apoio total. A todas nossa gratidão.






Lúcia Vasconcelos agradece ao Grupo de Mulheres Brilho de Lua e às famílias do Reisado do ESCUTA - 05.01.21


A comemoração de Reis tem grande significado para nós do ESCUTA, pela memória de tantas pessoas que passaram e deram sua contribuição, como o Grupo de Mulheres Brilho da Lua, com o apoio de D. Franquinha Mesquita, Toinha, Nenéme Iracy.

Como é bonito de se ver tantas Brincantes se juntando aos jovens, tocando e cantando músicas alusivas dando brilho na Comunidade do Pici. Famílias que nos acompanharam em todos esse anos, como tocadores, cantores e cantoras. Família Corpi, família Roque, família Pereira de Jesus, família Ayres, família Souza.

Dia de Reis, dia da manifestação do menino Deus à humanidade, celebrada como Epifania, tornando-se Dia da Gratidão. Nossa gratidão a todos e a todas.




terça-feira, 15 de setembro de 2020

Oficina de dança do Toré com as crianças da Aldeia Afro-indígena Urbana do Pici - 10.09.20

 


Banquete Literário do ESCUTA com as crianças da Aldeia Urbana Afro-indígena do Pici. Cada criança trouxe uma coisa e partilhou: sucos, bombons, pipoca, chocolate em creme. Utilizamos máscaras e álcool em gel, como recomendado nesta época de pandemia. O primeiro momento foi a leitura partilhada do Cordel "A negra que não podia ser anjo", de autoria de Leonardo Sampaio, depois houve a dança do Toré e ao final o lanche partilhado a partir da ideia das crianças de comer em círculo sentadas no chão, com muita alegria e satisfação com o aprendizado.





quarta-feira, 26 de agosto de 2020

O ESCUTA e a Aldeia afro-indígena urbana.

 

A ideia de criar oficinas sobre a cultura indígena no Espaço Cultural Frei Tito de Alencar – ESCUTA tem inicio com a Comunidade Aldeia, formada por famílias que se auto reconhecem como povos afro-indígenas. A Aldeia fica localizada na Rua dos Monarcas, bairro Pici em Fortaleza. O Escuta sempre teve uma relação muito grande com essas famílias, as crianças sempre participam das atividades, principalmente com personagens do Pastoril. A surpresa foi numa conversa com a Neide e sua filha Alice, nos contaram que o local onde moram é conhecido por Aldeia, por organizarem suas moradias como os indígenas, com duas entradas uma pela Rua dos Monarcas e outra na Joaquim Manoel de Macedo e no centro do terreno ficam as casas. Após essa conversa com Lúcia Vasconcelos e Leonardo Sampaio resolvemos ir até lá em atividades de pandemia por conta do Coronavírus, numa parceria da ONG Diaconia. Reunimos em roda no centro a Aldeia, estávamos levando ali a colaboração de um cartão alimento para 20 famílias, com a finalidade de aliviar a fome, já que sabíamos da extrema pobreza e que estavam parados das atividades econômicas que geram renda, como: reciclagem, serviços de pedreiros, serventes, trabalhadoras domésticas e outros biscates.

            Na ocasião identificamos que as meninas dançarinas do Pastoril do ESCUTA já eram mães, ainda muito novas, pararam de estudar, mas com ânsia de voltar para sala de aula, dizia Alice, de dançar o Pastoril, mas a bebê de um mês tem que mamar, precisa de tempo exclusivo, as crianças e adolescentes que sempre frequentam o Escuta queriam saber o que iria ter lá que pudessem participar. Sem resposta levamos o desafio pra pós-pandemia.

Diante do desafio surgem as ideias de como ajudá-las, principalmente crianças e adolescentes, encarando que são afro-indígenas vivendo no espaço urbano, que gostam da cultura popular e têm o ESCUTA como referência. Partimos para ação, primeiro passo, recuperar as estruturas físicas do espaço, para dar condição de acolhê-las, segundo recuperar os instrumentos de percussão, violão, som, televisão, data show, mas para isso precisa recursos financeiros, aí lançamos a campanha, arrecadamos o que foi necessário para recuperar muros, pinturas, palco, banheiros, paredes externas e iluminação. A campanha está em curso, tem muito ainda o que recuperar e adquirir, em dinheiro seriam uns 15 mil reais, isso não inclui manutenção permanente.

Que bom, o ESCUTA já pode iniciar algo que não inclua instrumentos, pode ser a Biblioteca e o Banquete literário, que tem uma meta de leitura, produção de texto e edição de livros com a escrita do Banquete. Inclui aí leitura de textos, contação de histórias para as famílias das crianças e ouvir suas próprias histórias. Vimos que isso é possível, desde que tenhamos parcerias voluntárias ou de organizações que já trabalhem nessa linha, mas que respeite a linha pedagógica do ESCUTA, de combate a toda forma de exploração e se alinhe na construção de uma sociedade com equidade e o bem viver.

Dentro desse contexto, do que fazer veio a ideia de parceria com a Aldeia, montar oficinas com crianças e adolescentes sobre a cultura indígena e a formação de um grupo de dança do toré, que só precisa do maracá como instrumento e esse eu tenho vários que eu mesmo fiz com quenga de coco e semente de Pau Brasil e cabo de vassoura.

Fui à Aldeia e fiz o convite dia 25/08/2020, conversei com Alice e algumas crianças que pularam de alegria, marquei para as 16h e rapidamente chegaram 8 no ESCUTA, sob a coordenação da Alice com sua bebê nos braços. Apliquei a experiência do trabalho pedagógico que fiz na Escola Bergson Gurjão Farias onde trabalho. Lá formei um grupo de dança do Toré com as crianças, só bastei balançar o maracá elas apareceram, o ancestral ouviu e o corpo respondeu com o ritmo, a dança e a circularidade e chegamos a nos apresentar na Bienal do Livro.

Começamos com 8 crianças, não sabiam ainda o que ia acontecer, falaram seus nomes, conversamos sobre o cuidado com o coronavírus, o uso da máscara, depois o que conhecem sobre índios, uma falou em canibal, as demais dos costumes e alimentos coisas aprendidas na escola. Identificaram a Aldeia como lugar de afro-indígena, a Alice disse que foi sua avó que organizou a ocupação do terreno para todos morarem lá. Continuando, falei sobre o objetivo da parceria entre Escuta e Aldeia que é conhecermos melhor a cultura afro-indígena e formar um grupo de dança do Toré/Torem. A reação foi excelente, uma alegria só, mexeu com o ancestral. Comecei a ensinar a letra de duas músicas, depois falei sobre o instrumento musical, o maracá e mostrei uns que eu construí com quenga de coco que encontrava no chão lá na Escola, mostrei o ritmo e como tocar o maracá e cantar. Ao final estávamos todos/as felizes. Fizemos um calendário para nos encontrar terças e quintas dando continuidade às oficinas com a cultura indígena, para que a Aldeia se aproprie e incorpore a ancestralidade. A perspectiva é inserir também a ciranda para contemplar o afro-indígena.

 

 Músicas do Toré que darão sequência

 

1.    Quem deu esse nó

2.    Pisa ligeiro

3.    É Deus no céu

4.    O vento balança o mar

5.    Tava lá na mata

6.    Pisa na Jurema

7.    Oi pisa devagar

8.    O Jandê

9.    Água de manim.

 

Leonardo Sampaio - Coordenador Patrimonial do Espaço Cultural Frei Tito - ESCUTA.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019


Celebração das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) em 10 de Agosto de 1989 com o Pe. Luciano Furtado Sampaio em homenagem a Frei Tito de Alencar, com performance teatral representando a morte de Tito com o jovem Francisco, que hoje é o pároco da Igreja do Antônio Bezerra, fazendo parte da celebração a Área 4, que pertencia à paróquia do Bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza-CE. A foto é no Espaço que se chamava Comunidade Frei Tito de Alencar que hoje se chama ESCUTA - Espaço Cultral Frei Tito de Alencar. Na foto estão as religiosas da Congregação do Coração Eucarístico, seminaristas do Seminário de Antônio Bezerra, Leonardo Sampaio, Leonardo Filho, Leandson Sampaio, Lúcia Vasconcelos, Silvia, Elenilce, Liduína, Marina, Dona Neném, Rita Muniz, Rita Teixeira, Dona Zilda, Dona Jovem, Euníce, Ivo, Beto e outros. Foto: Seu João Pereira.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Madrugada do dia 06/01, acabamos de receber a visita dos Santos Reis do Oriente em nossa casa, através do Reisado do Escuta. Todos anos esperamos a passagem deste cortejo, seja pelo vínculo de amizade, respeito e reciprocidade gerado ao longo do tempo, ou mesmo pelo fato de saberem que nesta casa mora pessoas ligadas as tradições, estudiosos, folcloristas, ou simplesmente admiradores desta tradição, estamos sempre no mapa de visitação das ações do Reisado escutino. 

Apesar de sempre me emocionar, desta vez foi bem diferente, talvez pelo fato de Fortaleza estar passando por transtornos na área de segurança pública, o que já seria muito arriscado num dia normal, imaginem nestes dias em que há uma guerra declarada de bandidos contra o Estado, não há como não comparar, guardadas as devidas proporções, com os sacrifícios que a Santa família fez, fugindo dos algozes que queriam a qualquer custo evitar o nascimento do Messias, eram dias difíceis e os três Reis Magos também arriscaram a própria vida para manterem em segredo o local de nascimento de Jesus. Mesmo assim não se contemplava o medo nos rostos daquelas pessoas, homens, mulheres, crianças, pelo contrário, tal qual os Reis Magos, o que podia se notar era a determinação no cumprimento do dever quase divino de levar o reisado de casa em casa e mostrar que mesmo diante das dificuldades interpostas a missão será cumprida, mostrar ao mundo que Cristo nasceu, e com ele a inesgotável esperança de que o amor vencerá sempre. O Reisado urbano do Escuta, mistura músicas tradicionais dos antigos reisados e músicas do cancioneiro popular cujo tema está ligado a esta tradição natalina, cujo ciclo encerra-se hoje dia 06/01.


VIVA O REISADO DO ESCUTA!

VIVA O MESSIAS!

VIVA OS SANTOS REIS DO ORIENTE!


Francisco Oliveira, Grupo Raízes Nordestinas.


Foto: João Paulo Roque.


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Carta Político-Pedagógica do ESCUTA: orientações e reflexões para educadores e educadoras do Espaço Cultural Frei Tito de Alencar à luz da Educação Popular.

ESCUTA - Rua Noel Rosa, 150 - Pici - Fortaleza - Ceará - Brasil.

Levando em consideração que não há Educação neutra, como diz Paulo Freire, ou seja, todo processo educacional está sempre politicamente à serviço de ideologias libertadoras ou opressoras, nós do ESCUTA nos posicionamos junto às opções pedagógicas que buscam também a conscientização política das classes oprimidas como forma de libertação das ideologias das classes dominantes atuais, como forma de resistência a todos os modelos pedagógicos que reforçam direta ou indiretamente a exploração das classes oprimidas pelo Sistema Capitalista. Desse modo, a proposta Político-Pedagógica que o ESCUTA vem dando continuidade ao longo dos anos desde o seu início em 1980 está ligada a uma formação continuada que, à luz da atual conjuntura política dos Movimentos Sociais, visa no processo pedagógico com crianças, jovens, adultos ou idosos a tomada de posições políticas a favor e contra, como, por exemplo, a recusa da homofobia, do racismo, do machismo, do sexismo, contra a redução da maioridade penal e de qualquer forma de pena de morte e a favor da igualdade de gênero, dos movimentos LGBTs, da Reforma Agrária, da Economia Solidária, da liberdade de expressão, da liberdade religiosa, das Comunidades Indígenas e Quilombolas e de uma Ecologia e Economia que sejam sustentáveis etc.

Tendo em vista que a Educação Popular historicamente foi o primeiro momento em que a Educação passou a ser pensada a partir da perspectiva das experiências de vida do povo oprimido e não mais a partir das ideologias políticas opressoras das classes dominantes, optamos por construir desde o nosso início a Educação Popular – que se faz com o povo e não para o povo e, por isso, se diferencia de uma “educação populista” – como forma de abrir espaço educativo para uma formação que leve em consideração os saberes das classes populares, mas de forma crítica, unindo Arte e Cultura Popular em uma Política Pedagógica que busca a construção de valores como: a solidariedade, a igualdade, a fraternidade, a autonomia etc. Assim, em nossa formação Político-Pedagógica colocamo-nos contra qualquer Pedagogia que seja autoritária, pois buscamos construir uma Pedagogia Democrática, que preza também pela amorosidade e a horizontalidade, não havendo assim nenhum espaço para o autoritarismo e nenhuma hierarquia entre educadores(as) e educandos (as).

Neste sentido, entendemos que a Educação Popular é um combate à “educação bancária”, ou seja, a Educação Popular que buscamos, necessariamente, rompe com a hierarquia entre educadores(as) e educandos(as) que está presente nos modelos de educação opressores que de certa forma “depositam” os conteúdos nos(as) educandos(as) como se o(a) educador(a) fosse o(a) sabedor(a) de tudo e os(as) educandos(as) fossem meros “depósitos” de conteúdos. Assim, dentro da vivência Político-Pedagógica do ESCUTA, é preciso que haja sempre um rompimento com a “educação bancária” e o fortalecimento de uma proposta educacional que valorize também os saberes dos(as) educandos(as), os seus contextos de vida, as suas histórias, os seus conhecimentos, as suas sabedorias de vida e as suas “leituras de mundo”, como parte integrante do processo pedagógico libertador e sempre crítico das Pedagogias autoritárias.

Em nossas vivências Político-Pedagógicas no Espaço, à luz da Educação Popular, é preciso também que busquemos fomentar atividades Culturais que sejam uma forma de resistência à Invasão Cultural que muitas vezes nos é imposta pela Indústria Cultural através do cinema, da internet, da televisão, do rádio, das revistas, das músicas, das danças, do teatro etc. Ou seja, é preciso que nas nossas vivências Culturais e Pedagógicas no ESCUTA não nos deixemos levar pelos modismos produzidos pela Indústria Cultural criados para o consumismo que apenas fortalece o Capitalismo, de modo que é preciso que as nossas atividades Pedagógicas e Culturais fortaleçam a nossa Cultura Popular, dando espaço para as manifestações culturais populares, mas sempre de forma crítica, não aceitando todas as manifestações populares apenas por serem populares e sim levando em consideração todos os valores que defendemos ao longo dos anos, como modo de resistir aos invasores culturais que de forma massificante nos alienam e nos fazem consumir a cultura e os produtos massificados que não precisamos, sobretudo, dos países Imperialistas.

Como estamos ligados em nossas raízes à Teologia da Libertação, enquanto Comunidade Eclesial de Base (CEB) e temos em nosso nome o mártir cearense Frei Tito de Alencar, a nossa Política Pedagógica também envolve o engajamento e a responsabilidade ligados a uma Rede de diversos Movimentos Sociais que caminham juntos às causas libertárias de reivindicação política que historicamente estão conosco, como a Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), o Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI), o Grito dos Excluídos, o Curso de Verão, a Comunidade Margarida Alves do Pici, o Horto Raimunda Silva do Pici, a Capela de São Francisco da Entrada da Lua do Pici, o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA), o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), a Diaconia, a Anistia Internacional, a Rede de Educação Cidadã (RECID), o Espaço Ekobé da UECE, as Cirandas da Vida, a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas em Educação Popular e Saúde (ANEPS), dentre outros. Ou seja, o nosso espaço pedagógico, artístico e cultural também está inserido em outros contextos políticos locais, nacionais e internacionais, de modo que as nossas lutas não podem ficar desligadas das outras lutas de outros Movimentos Sociais que também participamos direta ou indiretamente.

Neste horizonte, à luz também da Teologia da Libertação a qual nos inserimos, a Educação Popular busca a união entre Fé e Política, ou seja, uma espiritualidade Libertadora e Ecumênica, que não é excludente, mas, ao contrário, deve ser inclusiva. Em outras palavras, a espiritualidade em que o ESCUTA está inserido, apesar de ter raízes no cristianismo, não exclui as outras espiritualidades diferentes, sendo sempre aberta a outras formas de espiritualidade, sobretudo, do ponto de vista ético, como troca de saberes entre as diferenças, independentemente da religiosidade ou não a qual fazem parte as pessoas integrantes do Espaço. Dessa forma, do ponto de vista Ecumênico, o nosso posicionamento Político-Pedagógico é também um enfrentamento à intolerância religiosa, sobretudo, no contexto atual de intolerância em que vivemos.

E assim como Frei Tito, posicionamo-nos politicamente a favor do Socialismo Democrático, pois, tendo em vista que todos os modelos autoritários do Socialismo contradizem as nossas diretrizes, pautamo-nos a favor da Justiça Social e da Liberdade que inspiram o Socialismo, mas de forma crítica. É nesta perspectiva que o(a) Educador(a) Popular, no sentido freireano, é um(a) revolucionário(a), que busca a efetivação do Socialismo e da Liberdade, utilizando-se também da Educação Popular como processo da conscientização política em uma Pedagogia sempre engajada.

Enfim, com esta Carta nos situamos em qual contexto Político-Pedagógico estamos inseridos historicamente, ficando claro de que forma a Educação Popular se constrói no ESCUTA, buscando sempre o diálogo e a transparência em nossas ações, para que possamos construir uma sociedade mais ética, fraterna, solidária e mais envolvida com as questões políticas que nos cercam, também como forma de enfrentamento de todas as opressões, à luz da Educação Popular. Assim, como não há neutralidade na Educação, as nossas opções Político-Pedagógicas precisam estar sempre em constante busca da conscientização política em nossas atividades cotidianas, fomentando assim um espaço em que a Educação Popular seja vivenciada em nosso dia-a-dia e a consciência crítica seja sempre o nosso horizonte Político-Pedagógico.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Algumas canções populares que cantamos no nosso Reisado

Reisado do Grupo de Tradições Cearenses (GTC)


O dia da Festa de Santos Reis - Tim Maia


Cálix Bento - Ney Matogrosso


Estrela, Estrela - Maria Rita


Lapinha da Mata


Cálix Bento - Sérgio Reis


José - Rita Lee


Estrela, Estrela - Chico César


Cálix Bento - Milton Nascimento


Meu Reisado - Grupo ESCUTA


Reisado do ESCUTA


Estrela, Estrela - Vítor Ramil


Cálix Bento - Pena Branca e Xavantinho


Bandeira do Divino - Ivan Lins


Estrela, Estrela - Gal Costa


Cálix Bento - Pe. Fábio de Melo

Bandeira do Divino - Ivan Lins, Zizi Possi, Simone e Jorge Vercilo

Foto da primeira formação do Reisado do ESCUTA em 1990