O Grupo de Mulheres
Brilho da Lua iniciou suas atividades no ano de 1992, coordenado pela
Associação de Organizadores Sociais e Serviços – AMORA, na época em que houve a
parceria com Projeto Prorenda da GTZ (Cooperação Técnica Alemã para o
Desenvolvimento), que envolvia as organizações comunitárias locais, a
Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Estado do Ceará com ações práticas de
gestão participativa; Foi na praticidade técnica executada na área de Saúde
Sanitária e Serviço Social realizando intervenções urbanísticas na Favela da
Entrada da Lua, que se percebeu a participação maior de mulheres, o que veio a
despertar a equipe do Prorenda a direcionar formações voltadas para as mulheres
da comunidade, principalmente orientando-as sobre os cuidados e ações
preventivas no campo da saúde, incluindo as plantas medicinais e direitos.
No decorrer das
reuniões com as mulheres, aflorou o saber popular existente entre as mesmas,
então vieram especialistas na área das plantas medicinais como a Dra. Profa. Auxiliadora
do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), que identificou três
doenças na Comunidade que poderiam ser tratadas com plantas medicinais, o Dr.
Matos do Curso de Fitoterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e a
Terapia Comunitária do Dr. Prof. Adalberto Barreto, que contribuíram com a
formação a partir da experiência das Quatro Varas, no Bairro Pirambu, que
utiliza as plantas e o cuidado com a mente como elementos terapêuticos de
tratamento preventivo e a cura de determinadas doenças. Houve também a formação
com a Pastoral da Criança sobre alimentação enriquecida, com o aproveitamento
de cascas, sementes, farelos e a manipulação de ervas para lambedores, pomadas
e tinturas. Todas essas vivências entre parceiros, especialistas e a comunidade
com o saber popular permitiu a elaboração de uma cartilha com as receitas
populares e a orientação científica.
Com a participação
maior das mulheres, surgiu a necessidade de uma organização popular, então, D.
Marina, que havia participado da Jornada de Luta Contra a Fome no período de
seca nos anos de 1980, sugere a criação do Grupo de Mulheres Brilho da Lua,
sendo acatado com o objetivo de realizar ações voltadas para os interesses
comunitários e políticas feministas de direitos e cidadania capazes de
contemplar estudo, formação, trabalho, renda, cultura, lazer, cuidados com a
saúde etc.
Uma das primeiras
intervenções práticas do Grupo foi criar canteiros de plantas medicinais em uma
área de terra do Sítio Ipanema, resultando posteriormente na criação do Horto
de Plantas Medicinais, que hoje se chama Raimunda Silva em homenagem póstuma à
D. Nem, que foi uma das fundadoras do Grupo, e que fica localizado na Rua
Piracicaba, 128, Pici – Fortaleza/CE, onde se desencadeou um processo de
formação em educação alimentar, agroecologia, preservação do meio ambiente,
gastronomia, fitoterapia, alfabetização de jovens e adultos, economia solidária
e agricultura urbana, educando crianças no trato com a terra, adubagem e a
produção alimentar orgânica.
O Grupo de Mulheres
Brilho da Lua chega ao ano de 2015 se afirmando na configuração de linha
feminista, tratando da formação de gênero, empreendedorismo na Socioeconomia
Solidária, Agroecologia e a Cultura Popular, tendo como base metodológica a Educação
Popular alinhado institucionalmente com o Espaço Cultural Frei Tito de Alencar
– ESCUTA, que fica na Rua Noel Rosa, 150 – Pici – Fortaleza/CE.
O Grupo tem caráter
informal e representativo composto por uma Coordenação de Articulação, Formação
em Gênero, Equipe de Registro e Patrimônio, Equipe Financeira, Equipe de Empreendedorismo
(produção e comercialização), Equipe do Horto de Plantas Medicinais, Equipe do
Salão São Francisco e a Equipe do Bazaca.
*Artigo escrito por Leonardo Sampaio e Lúcia Vasconcelos para a Revista do Bairro Antônio Bezerra.
Liduina, Carminha, Socorro, Valmira, Sueli, Fransquinha, Nice e Lúcia, algumas integrantes do "Grupo de Mulheres de Todas as Cores que tem o Brilho da Lua" no Horto de Plantas Medicinais Raimunda Silva que fica no Pici - Fortaleza/CE.
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